González diz que deixou Caracas em avião oficial para reunião com Santos 2z243f
Bogotá, 10 jun (EFE).- O ex-presidente do governo espanhol Felipe González afirmou nesta quarta-feira que deixou Caracas (Venezuela) em um avião da força aérea colombiana para voltar o mais rápido possível a Bogotá e poder se reunir com o presidente Juan Manuel Santos, antes de o líder viajar a Bruxelas para à Cúpula Celac-UE.
“O dia de ontem era o único espaço que tínhamos para nos encontrarmos e conversar de assuntos de interesse recíproco que não tenho o porquê explicar. Se a situação da Venezuela não fosse dramática, esta questão seria ridícula”, disse González, que governou a Espanha entre 1982 e 1996, à emissora colombiana “W Radio”.
González foi a Caracas para se encontrar com os líderes opositores venezuelanos Leopoldo López e Daniel Ceballos, presos há um ano e cuja defesa legal ele assumiu. No entanto, ao constatar que sua entrada na penitenciária não estava autorizada, afirmou que percebeu que “tinha disponibilidade para encontrar o presidente Santos”, que “facilitou o encontro ” enviando um avião da força aérea.
“Se tivesse completado minha agenda na Venezuela não teria tido tempo para conversar sobre temas como o processo de paz, que será abordado na Cúpula UE-Celac. Como eu acabo de sair de Bruxelas, a reunião nos parecia oportuna”, declarou González.
Por este motivo, “o presidente (Santos) decidiu preparar o avião, que voou no começo da manhã” de terça-feira no aeroporto de Maiquetía da capital venezuelana.
“No momento em que me impediram de ver os presos… o avião demora uma hora e meia. Eu acho ridículo ter que explicar isto”, comentou.
González ressaltou que as autoridades venezuelanas devem autorizar a entrada de uma aeronave destas características em seu espaço aéreo, por isso disse não entender a surpresa do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, perante sua viagem no aparelho da força aérea colombiana.
Ontem, o governo venezuelano chamou o embaixador da Colômbia no país para uma conversa e pediu explicações ao Executivo de Santos, algo que González considera “não ser cabível”.
Apesar de sua curta estadia em Caracas, aonde chegou no domingo, o ex-presidente do governo espanhol disse que “correu tudo bem”, embora tenha itido que não cumpriu “os objetivos”.
No entanto, garantiu que comprovou como “a liberdade de expressão está praticamente desaparecendo e a situação econômica está no limite”.
Sobre Maduro, González criticou que ele mantenha um discurso focado em denunciar uma “campanha contra a Venezuela” feita pelo “eixo Madri-Bogotá”.
“Para mim, estes discursos se parecem com os piores discursos do caudilho espanhol (Francisco) Franco, que falava da conspiração judeu-maçônica”, destacou. EFE
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