Macarena Gelman pede que busca por 400 netos ainda desaparecidos continue 3hd4i

Montevidéu, 8 ago (EFE).- Macarena Gelman, filha de presos-desaparecidos e neta do falecido poeta argentino Juan Gelman, sentiu como se fosse sua a alegria de Estela de Carlotto pelo reencontro com seu neto Guido, mas lembrou que “a luta continua”, pois ainda são 400 as avós que não conhecem o paradeiro dos seus.

A política e ativista uruguaia comemorou a identificação do “neto número 114”, pois não só representa o fim da “longa busca” da presidente das Avós da Praça de Maio, mas também uma dose extra de moral para quem ainda não encontrou seus familiares, disse à Agência Efe.

Para Gelman, o trabalho dos grupos organizados pelas vítimas conta com apoio institucional há mais de uma década, mas lembrou que ainda são muitas as pessoas cujas pesquisas não deram resultado.

Ela fez um pedido para que qualquer pessoa nascida entre 1971 e 1985 que tenha dúvidas sobre algum aspecto de sua identidade entre em contato com as associações de familiares.

Macarena Gelman é filha dos argentinos Marcelo Gelman e María Claudia García de Gelman, presos em Buenos Aires em meados de 1976.

Seu pai foi encontrado morto pouco depois e sua mãe, grávida, foi transferida clandestinamente ao Uruguai como parte do Plano Condor de ações coordenada pelos regimes militares que governaram no Cone Sul americano entre as décadas de 70 e 80.

María Claudia deu à luz em Montevidéu e depois desapareceu. Macarena foi criada pela família de um policial uruguaio e em 2000, após anos de busca, foi localizada por seu avô Juan Gelman, que morreu em janeiro no México. EFE