Nicolás Maduro é reeleito presidente da Venezuela, diz CNE 6671f
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Órgão eleitoral anunciou que Maduro venceu a disputa deste domingo (28) com mais de 5 milhões de votos, cerca de 51%, para a sua reeleição, contra 49% de Edmundo González Urrutia

Com 80% das urnas apuradas e 59% de participação eleitoral, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais da Venezuela, que ocorreram neste domingo (28). O presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirmou em coletiva de imprensa que Maduro venceu com mais de 5 milhões de votos, cerca de 51%, para a sua reeleição, contra 49%, aproximadamente 4 milhões, do candidato opositor, Edmundo González Urrutia, representante da carismática e popular líder opositora María Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política. A votação foi encerrada às 18h00 (19h00 em Brasília) e a apuração começou por volta das 20h.
Maduro, de 61 anos, ocupa o cargo desde 2013, ungido pelo líder socialista Hugo Chávez pouco antes de sua morte. Com isso, Maduro se projeta para permanecer 18 anos no poder, até 2031. Apenas o ditador Juan Vicente Gómez terá governado mais que ele, com 27 anos (1908-1935).
Em um palco dentro do palácio presidencial de Miraflores, grupos musicais o receberam com canções em sua homenagem, diante de centenas de militantes. Todos vestiam jaquetas esportivas com a frase “Ganhou meu galo pinto”, em referência ao apelido com o qual o mandatário se identificou nos últimos meses: um galo forte, de briga, para se contrastar com González, a quem ele pintava como fraco. “Vamos Nico, vamos Nico!”, gritavam.
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Seu rival González, de 74 anos, era o representante da carismática e popular líder opositora María Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política. O resultado foi divulgado seis horas após o encerramento da votação, em meio a denúncias da oposição de irregularidades na apuração.
Primeiro porque seus observadores foram impedidos de ar os centros de votação para presenciar o processo, e depois porque não puderam obter cópias das atas emitidas pela máquina de votação (o sistema é automatizado), às quais, por lei, os partidos têm direito e que servem para cotejar o resultado oficial. A oposição também denunciou a prisão de cerca de 150 pessoas ligadas à campanha, 37 delas nos últimos dois dias.
A maioria das pesquisas favorecia a oposição, após anos de uma crise que contraiu o Produto Interno Bruto (PIB) em 80% e forçou ao êxodo mais de sete milhões de pessoas, segundo dados da ONU. A coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD), que se uniu contra Maduro após se abster das eleições de 2018 por considerá-las fraudulentas, ainda não se pronunciou sobre o resultado.
“Hackeio” 3f3e6g
Elvis Amoroso, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, alinhado ao governo, denunciou uma “agressão contra o sistema de transmissão de dados que retardou” a contagem. Maduro também se referiu a um “hackeio” do sistema eleitoral automatizado, ao sair para celebrar com os apoiadores que o esperavam no palácio presidencial de Miraflores.
“Posso dizer diante do povo da Venezuela e do mundo: sou Nicolás Maduro Moros, presidente reeleito da República Bolivariana da Venezuela”, declarou desde o palco, onde estava acompanhado por sua esposa Cilia Flores e outros dirigentes chavistas.
“Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito à lei”, enfatizou. Foram chamados a votar cerca de 21 milhões de pessoas, em uma população de 30 milhões, mas os especialistas estimam que apenas cerca de 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram poderiam votar. O voto não é obrigatório.
A participação foi de 59%, segundo Amoroso. Maduro havia colocado esta eleição como uma encruzilhada entre “paz ou guerra” e advertiu que um triunfo da oposição poderia levar a um “banho de sangue”, o que lhe rendeu críticas dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, entre outros.
Boric disse que o anúncio dos resultados deveria “ser transparente, oportuno e refletir integralmente a vontade popular expressa nas urnas”. Os Estados Unidos, que impulsionaram a eleição com um alívio das sanções que impam em 2019 após desconsiderarem a reeleição de Maduro no ano anterior, pediram igualmente que o governo da Venezuela “garantisse a transparência do processo”.
Poucos observadores y93d
Nestas eleições, esteve presente uma pequena delegação do Centro Carter, que indicou não ter capacidade de realizar uma “avaliação integral do processo de votação, contagem e tabulação” como tinha previsto fazer a União Europeia, excluída como observadora no final de maio. Um de quatro especialistas da ONU também acompanha a votação, embora seu relatório seja confidencial e só será compartilhado com o secretário-geral António Guterres.
O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que estava acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula vinha sendo informado ao longo do dia.
Os Estados Unidos, que impulsionaram a eleição com um alívio das sanções que impam em 2019 após não reconhecerem a reeleição de Maduro no ano anterior, fizeram um chamado para respeitar o “processo democrático”. “Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje.
A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, afirmou a vice-presidente americana, Kamala Harris, na rede social X. Continuaremos trabalhando para alcançar um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”, acrescentou Harris, candidata presidencial democrata.
(em atualização)
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações da AFP
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