Com queda na temperatura, São Paulo intensifica acolhimento de moradores de rua 2k3i1f

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Segundo a secretaria de Assistência ao Desenvolvimento Social da capital paulista, já são mais de 24 mil pessoas nas ruas, situação que se agravou ainda mais com a pandemia de Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 30/06/2021 09h33
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LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Com cobertores finos, moradores de rua se enfileiram nas ruas de Campinas para se proteger do frio Além desse cenário delicado com a chegada do frio, as autoridades se preocupam também com a transmissão da Covid-19

O pernambucano Ozias José Lima da Silva vive há 10 anos na rua. Ele conta que saiu de casa aos 17 anos por conflitos com a família e então decidiu vir para São Paulo. Dependente químico, atualmente com 31 anos, ele trabalha como ajudante geral descarregando caminhões no centro e há 10 meses dorme no Centro Temporário de Acolhimento (CTA) do Brás. Em dias gelados, Ozias diz que o ambiente funciona bem para os que conseguem se adequar às regras do local. “Esse sistema de São Paulo é um sistema único que em outro Estados não tem. Aqui morador de rua a frio porque ele não tem vontade de procurar um ambiente como esse, muitas pessoas que têm essas opiniões porque os albergues têm restrições”, afirmou. O CTA do Brás recebe diariamente cerca de 160 pessoas em situação de rua, onde elas têm o à comida, cama, cobertores e até computadores. A maioria trabalha durante o dia e volta à noite para dormir. Em momentos de queda de temperatura, a prefeitura amplia operações para acolher e atender essas pessoas. Nos maiores abrigos da cidade o movimento tem se intensificado. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência ao Desenvolvimento Social, já são mais de 24 mil pessoas nas ruas, situação que se agravou ainda mais com a pandemia.

No entorno da Catedral de Sé, dezenas de pessoas espalhadas pelas ruas com cobertores tentavam espantar o frio. Os que não querem ou não conseguem ir para os abrigos, contam com a ajuda de voluntários que distribuem alimentos e agasalhos. Um deles, é o porteiro Nilson Barbosa, que desde 2017 ajuda a distribuir sopa e café em um projeto da paróquia São José, de Paraisópolis. “Nessa época a gente sempre intensifica, o pessoal sempre está doando roupa, porque sente muito frio. Então a gente sempre pede colaboração para doar roupa. Como a gente é de uma comunidade carente, a gente não tem muitas condições, mas a gente faz o que pode”, afirmou. Além desse cenário delicado com a chegada do frio, as autoridades se preocupam também com a Covid-19. Pessoas que procuram os abrigos em São Paulo e estão com suspeita de coronavírus, são enviadas para o Centro de Acolhida da Vila Clementino ou da Lapa.Com a chegada do imunizante da Janssen, 14 mil doses serão destinadas aos moradores rua.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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